Grandes desafios aguardam os novos secretários que tomam posse esta semana em São Paulo nas pastas de Agricultura e Ambiente.

Os dados apontados pelo Instituto Agronômico de Campinas, publicados no post anterior deste blog,  mostram que os problemas hídricos enfrentados pelo Estado de São Paulo devem se estender por um período longo, adentrando e provavelmente,  ultrapassando o ano de 2015. Com isso as autoridades começam a estudar alternativas não só de racionamento nas áreas urbanas, mesmo que não se use essa palavra, mas também nas áreas rurais. As bacias hidrográficas que alimentam o Sistema Cantareira, principalmente aquelas da região do Alto Tiete,  localizadas nos municípios de Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim e outros que compõem parte do Cinturão Verde de São Paulo, terão a agricultura fortemente atingida. A suspensão da concessão de outorgas de uso de água e a lacração de bombas de irrigação estão entre as medidas que podem ser adotadas. Para salvaguardar os empresários rurais o governo deve estudar formas de garantir a remuneração dos mesmos, ainda que não plantem nada nos próximos meses.

Diante desse cenário fica evidente a importância da adoção de tecnologias de ponta já disponíveis, como irrigação localizada e cultivo protegido, que permitem a manutenção da produção agrícola, mesmo em condições de restrição hídrica. Além de redução do consumo de água na produção, essas técnicas permitem, por exemplo a captação de águas de chuva pela própria estrutura de cultivo protegido e geração de energia solar para uso imediato casino em processos produtivos agrícolas. Nesse sentido a proposta da Rede Paulista de Plasticultura, lançada em 2014, deve ter acelerada sua implantação para disseminar todo esse conhecimento tecnológico disponível junto aos empresários agrícolas e garantir a segurança alimentar da população nos próximos meses. Ainda no final de 2014, alguns diretores do Comitê Brasileiro de Desenvolvimento e Aplicação de Plásticos na Agricultura- Cobapla, visitaram a primeira Unidade de Demosntração que está em construção no município de Cunha. O projeto, batizado de Horticunha, está sob a responsabilidade do Engenheiro Agrícola Andrés da Silva. E atenderá não somente a finalidade comercial de produção de tomates de mesa, mas também a de formação e capacitação de mão de obra para o segmento de cultivo protegido.

Antonio Bliska Jr

Eng. Agrônomo – Feagri, Unicamp

Postado em 08/01/2015