Quem será o novo ministro da agricultura?

Coisas de arriscar nomes. Se for a Presidenta Dilma, eu aposto na senadora Katia Abreu. Se for Aécio, poderia ser o Roberto Rodrigues. A senadora, atual presidenta da Confederação Nacional da Agricultura, faz forte campanha no setor  do agronegócio para o atual governo. Eu a encontrei em Palmas, Tocantins, sua base geopolítica. Ela negou, mas duvido muito que se a situação ganhar a eleição, não seja ela a indicada para o cargo.

E se for Aécio? O ex-ministro Roberto Rodrigues já declarou seu voto a Aécio. E guarda, do ponto de vista de diálogo com todas as categorias de produtores, dos pequenos do sistema cooperativista aos grandes, um trânsito raro dentre líderes da área. Além de real conhecimento nacional e internacional, onde já foi presidente da Organização Internacional das Cooperativas, e hoje é membro especial da FAO para o cooperativismo.

Alguns pontos são prioritários na agenda política, mas mais ainda vitais na agenda das realidades do campo e nas suas conexões com o mundo real. Na agenda política tem sempre os clamores de demarcação de terras indígenas, de assentamentos, e da sustentabilidade. Infelizmente esses três temas carecem de interpretações e de estudos, os quais já existem, mas que como sempre são apresentados e malversados sob interesse de busca de votos e de resultados políticos.

Sustentabilidade para cada pessoa tem um significado distinto, e numa pesquisa realizada no mundo inteiro pela Basf, observa-se que para os consumidores, sustentabilidade quer dizer ambientalmente correto, e alimentos suficientes para as populações. Para os agricultores quer dizer: proteção do solo, uso da terra, uso da água, biodiversidade e remuneração justa para o seu trabalho (25% dos respondentes). Em florestas preservadas por leis, e demarcação de terras indígenas, o Brasil já é o grande campeão mundial, disparado. O que falta é colocar ordem com austeridade nas online casino casas e nas ocas. Usar a lei, como regra, e a interpretação da lei, como exceção.

Do ponto de vista das soluções concretas para realidades concretas, o problema dos portos é o número 1, pois é possível até levar as cargas em lombo de burro, mas sem portos não tem negócio. Em seguida vem resolver em um ano a burocracia e a logística dos principais corredores de exportação, para que o país possa de fato buscar receitas em culturas adicionais como milho, sorgo, trigo, arroz. Em terceiro ponto investimentos na área da segurança animal, o único aspecto que pode impedir o desenvolvimento de todo setor pecuário nacional. Fazer um salvamento do setor de biocombustíveis no Brasil, e reorganizar todo setor de hortifruticultura e de especialidades, o que mantêm milhões de pequenos produtores vivos e viáveis.

Na mesma pesquisa da Basf, quando perguntados sobre o futuro, os agricultores responderam que acreditam no desaparecimento dos pequenos numa proporção de 45% dos respondentes. O cooperativismo e a orquestração das cadeias produtivas da hortifruticultura, especialidades e mandioca, por exemplo, será fundamental para não permitir que essa visão se transforme em realidade.

Esse novo ministro precisará enfrentar a tsunami de regulamentações que partem de todos os cantos sobre o agronegócio, sendo uma das maiores preocupações hoje do setor produtivo, ao lado de mais e melhor tecnologia, da sustentabilidade e da escassez da água.

Ou seja, venha quem vier, por falta de trabalho não irá sofrer. Priorizar e agir na velocidade da era das redes sociais, isso sim, o desafio dos desafios.

José Luiz Tejon

  • Jornalista e Publicitário;
  • Comentarista da Rádio Estadão;
  • Mestre em Educação, Arte e Cultura;
  • Doutorando em Ciências da Educação
    (Universidad deLa Empresa);
  • Professor de pós-graduação da FGV Incompany;
  • Dirigente do Núcleo de Agronegócio da ESPM;
  • Diretor Vice-Presidente de Comunicação do CCAS
    (Conselho Científico para a Agricultura Sustentável);
  • Ex-diretor da Agroceres, da Jacto S/A e do Grupo Estadão;
  • Conselheiro do Grupo Sérios;
  • Conselheiro Estratégico da Câmara Agrícola Lusófona (de Portugal);
  • Autor e coautor de 32 livros;
  • Palestrante Prêmio Top of Mind Estadão RH;
  • Top 100 do Agronegócio Revista ISTO É – Dinheiro Rural

 

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