Preço das terras agrícolas cresce, em média, 308,1% em 10 anos no Brasil.

Se ao invés de ter comprado ações da Petrobras, com aquela lei que autorizava usar o fundo de garantia do trabalhador, para isso, eu tivesse adquirido 100 hectares de terra agricultável em 2002,  eu teria investido R$ 260 mil, aproximadamente. Hoje, eu teria adquirido um patrimônio de mais de R$ 1 milhão, no período até 2013. (Fonte: Agroanalysis).

E se tivesse tido a orientação para adquirir esses mesmos 100 hectares numa região ainda que explodiu nos últimos 10 anos, eu poderia estar com um patrimônio, a partir do mesmo investimento, de R$ 260 mil, de mais de R$ 3 milhões. Existem áreas do país, onde o hectare agricultável está sendo vendido a R$ 30.137,42 em média.

Imagine então essa conta feita com múltiplos de 10 mil hectares, 5 mil hectares, 10 mil hectares. Verifiquem o valor gigantesco e patrimonial que as propriedades agrícolas brasileiras obtiveram nos últimos 10 a 15 anos!

As razões estão na escassez de terras novas nos países de grande porte e do hemisfério Norte. Estados Unidos, Canadá e no bloco europeu. Ainda os contigentes populacionais gigantescos com áreas agrícolas já abertas em civilizações antigas como China e Índia. E pela ainda dificuldade de negociações no continente africano, envolvendo disputas políticas, e conflitos interraciais.

Por outro lado, com uma população que online casinos nasce e se multiplica na base de 4 nascimentos a cada segundo, estaremos já, já, com mais de 8 bilhões de habitantes, e para 2050 com mais de 9 bilhões de cidadãos.

E tudo mudou. Todos interconectados com celulares, internet e os mais variados sensores e aplicativos permitindo ver tudo, saber de tudo, ouvir e transmitir do mundo e para o mundo, e querendo do bom e do melhor. Portanto, exigindo comida e bebida de qualidade, com sustentabilidade além da agroenergia. E contabilizem ainda o reino dos pets, também, cada vez mais exigentes nas suas rações nobres do dia a dia.

Os preços das commodities tiveram crescimento, e novas tecnologias vem sendo aplicadas no campo. Uma delas será a conversão de áreas de pastagem subutilizadas para grãos, e mesmo a integração de lavoura, pecuária e florestas. Os dados apontam para um potencial de 50 milhões de hectares, no Brasil, para uma utilização vertical de qualidade e sustentável.

Portanto, o Brasil e suas terras agricultáveis, seu Cerrado, fundamentalmente, surgiram como uma reserva valiosa de área para produção de alimentos e agroenergia de alta qualidade, benzidos pelo sol tropical da fotossíntese. E com recursos humanos preparados.

O Brasil ainda tem sertão, ouço de um grande amigo agrônomo. Quer dizer, ele está lá acima de Palmas, no norte de Tocantins, ainda comprando terra a preço possível, e iniciando suas lavouras de café, pimenta do reino e outras especialidades.

Fato concreto. O valor das terras agricultáveis no mundo e no Brasil valem ouro. Ou melhor, mais do que ouro. Isso revela realidade. Portanto, vale investir no melhor da ciência e do conhecimento para uso valioso e sustentável desse patrimônio escasso, raro e cada vez mais procurado.

José Luiz Tejon

  • Jornalista e Publicitário;
  • Comentarista da Rádio Estadão;
  • Mestre em Educação, Arte e Cultura;
  • Doutorando em Ciências da Educação
    (Universidad deLa Empresa);
  • Professor de pós-graduação da FGV Incompany;
  • Dirigente do Núcleo de Agronegócio da ESPM;
  • Conselheiro do CCAS (Conselho Científico para a Agricultura Sustentável);
  • Ex-diretor da Agroceres, da Jacto S/A e do Grupo Estadão;
  • Conselheiro do Grupo Sérios;
  • Conselheiro Estratégico da Câmara Agrícola Lusófona (de Portugal);
  • Autor e coautor de 32 livros;
  • Palestrante Prêmio Top of Mind Estadão RH;
  • Top 100 do Agronegócio Revista ISTO É – Dinheiro Rural

 

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