O café e o marketing “engraçadinho” do Brasil

Quando se fala em marketing no Brasil é preciso ter cuidado. Temos empresas e profissionais multipremiados mundo afora, mas..

Mas na esfera governamental, tirando o marketing eleitoral que elege qualquer coisa e qualquer um, perdemos de goleada. E não nos referimos ao humilhante 7×1, apesar de um dos melhores exemplos que sempre cito, vir justamente do mundo do futebol. Com a superexposição do país com a realização dos maiores eventos globais em nossas terras, perdemos a chance de colocar em evidência tudo de bom que podemos oferecer ao mundo. Do turismo das maravilhas naturais ao turismo rural e turismo de aventura até à exportação de produtos manufaturados, commodities, e outras mais, somos um zero à esquerda.

E como exemplo disso tomemos o café e a Colômbia. Nosso café não tem cara, mas Juan Valdez corre o mundo. Mesmo que seja no lombo de um jumento, eles tem levado a fama de melhor café do mundo.

Cafeteria na Colômbia expondo em primeiro plano a "cara" do café colombiano: Juna Valdez e seu jumento.

Cafeteria na Colômbia expondo em primeiro plano a “cara” do café colombiano: Juan Valdez e seu jumento.

 

Nosso país vizinho não perde a chance de aproveitar eventos globais, mesmo que de menor repercussão como o Mundial sub 20 de futebol, realizado em 2011 sob os auspícios da FIFA (vejam o post de novembro de 2014, aqui mesmo no blog).

2016 está chegando. Faltam menos de 500 dias para as Olimpíadas do Rio. O Brasil tem pela frente mais uma chance incrível de fazer um marketing bem feito de nosso povo e nossas riquezas. Vamos saber aproveitar?? A julgar, mais uma vez pelo logo da competição, não. Por mais beleza, cor e plasticidade que tenha o design, não me diz nada…é só “engraçadinho”. Veja abaixo e julgue  você mesmo.

Um logo "engraçadinho"...

Um logo “engraçadinho”…

O mais estranho é que já fomos melhores em marketing e comunicação. Segundo  Nilo Dante, ex-Coordenador de Comunicação Social do IBC, em matéria publicada na edição 821, de março de 2007, da Revista do Café, a marca, que ficou conhecida nos últimos anos como o símbolo do café brasileiro, foi bordada no escudo da CBF na copa de 1982. Ela foi usada pela primeira vez naquela Copa pela seleção brasileira de futebol, que entrou em campo estampando na camisa a marca, e saiu dele como o melhor time de futebol que não ganhou uma Copa do Mundo.

Resta por fim uma outra marca.

Logotipo criado em 1982, ironicamente, para a copa do mundo da Espanha.

Logotipo criado em 1982, ironicamente, para a copa do mundo da Espanha.

Marca Cafés do Brasil

Hoje a “Cafés do Brasil”, registrada como marca no ano 2000 no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) pela Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), é utilizada para identificar em todo o mundo os cafés de origem brasileira. O logotipo “Cafés do Brasil” pode ser utilizado, segundo a ABIC, pelo Governo Brasileiro, empresários e exportadores em seus produtos, contanto que sua aplicação siga as instruções contidas no “Manual de uso da marca”. Este manual estabelece as corretas aplicações da marca, conhecida como “raminho do café” e a “logotipia”, ou seja, o desenho da letra no qual a letra s, em vermelho, representa os diversos tipos de café que são produzidos no país. O uso correto da marca cria identidade para os cafés brasileiros e contribui para o fortalecimento da imagem da cafeicultura brasileira no Brasil e no exterior.

Na minha modesta opinião, roda o mundo. Mas só quem entende de café a conhece. O consumidor final, que é quem interessa, não.

08/04/2015

Antonio Bliska Júnior

Editor Revista Plasticultura

Engenheiro Agrônomo e Doutor em Engenharia Agrícola (Pós-colheita e Gestão)

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