Num reino antigo, decidiram zerar as fortunas a cada 100 anos.

As ideias humanistas e igualitárias não são recentes. Sempre existiram seres humanos extraordinariamente movidos pela solidariedade e o desejo honesto de liberdade e de igualdade entre os homens na terra. Conta a lenda que num reino antigo, ainda de continentes imprevisíveis, decidiu que a cada 100  anos todas as fortunas e acúmulos de riqueza seriam zerados e que tudo começaria do zero, novamente. Com isso o nobre rei imaginava possibilitar e permitir renovações de pessoas com acesso a riqueza e eliminar o malefício das concentrações das mesmas. Ou seja, não haveriam heranças, propriedades de terras, castelos e minas, que permanecessem com os mesmos donos a cada ciclo de 100 anos  E nesse reino estava instituído o direto a renovação das riquezas ou a uma tese de que a concentração da mesma não seguiria um processo tenebroso, onde apenas 10% dos habitantes do reino detinham 90 dos bens.

Essa experiência se seguiu naquele reino encantado, de um continente imprevisível, por alguns séculos. Mil anos após, as novas gerações registravam, que mesmo apesar da dissolução das riquezas, a cada 100 anos, a tragédia da concentração se mantinha e perseverava. Ou seja, os índices não diminuíam, e insistentemente, 10% da população detinha 90% da riqueza, mesmo sendo tudo diluído século após século. E em alguns ciclos até piorava.

Por que será? Não havia uma continuidade das mesmas famílias. Haviam mudanças sim, e um percentual online casino também pequeno conseguiu se manter historicamente dentre as 10% mais ricas, Iniciando a velha constatação de avô trabalhador, pai empreendedor, filho perdulário, neto pobre, e bisneto perdido. Mas, apesar da dança dos 10%, tudo continuava com a taxa fatídica dos 10% e que, vistos pelo lado de dentro, ainda seriam 10% dos 10% os mais aquinhoados na fortuna. Por que será? E como resolver o drama da distribuição da riqueza? Coisa da realidade material, ou coisa da riqueza de alma? Do empreendedorismo de espírito? Ou da astuciosa e maliciosa lei da genética e da sua seleção natural, mediante os ambientes oferecidos?

José Luiz Tejon

Jornalista e Publicitário;

Comentarista da Rádio Estadão;

Mestre em Educação, Arte e Cultura;

Doutorando em Ciências da Educação
(Universidad deLa Empresa);

Professor de pós-graduação da FGV Incompany;

Dirigente do Núcleo de Agronegócio da ESPM;

Diretor Vice-Presidente de Comunicação do CCAS
(Conselho Científico para a Agricultura Sustentável);

Ex-diretor da Agroceres, da Jacto S/A e do Grupo Estadão;

Conselheiro do Grupo Sérios;

Conselheiro Estratégico da Câmara Agrícola Lusófona (de Portugal);

Autor e coautor de 32 livros;

Palestrante Prêmio Top of Mind Estadão RH;

Top 100 do Agronegócio Revista ISTO É – Dinheiro Rural

Posted by Tejon in : Sem categoria,